quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Bem vindos aos artigos sobre "Internet na Educação"

Este blog foi criado para colocar trabalhos relacionados com o Mestrado em Informática Educacional da Universidade Católica Portuguesa.
Atualmente irei colocar posts sobre a UC "Internet na Educação", espero que sejam do vosso agrado.

  
(imagem retirada da internet)
Bem vindos!

Fátima Jasmins


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A importância dos media nos processos de aprendizagem



De acordo com Richard Clarke existem duas teorias de pensamento referentes aos impactos dos media nos processos de aprendizagem, nomeadamente, a teoria dos media fortes (defende que cada media tem uma contribuição específica para a aprendizagem) e a teoria dos media fracos (defende que os media apenas têm influência sobre a economia da aprendizagem – custos e rapidez).
A investigação baseia-se na análise de várias questões que surgem sobre a motivação existente na utilização dos media na educação.
Cada vez que um novo meio aparece, prevalece o efeito novidade e durante algum tempo esse meio apresenta índices motivacionais melhores e, aparentemente, favorece as aprendizagens dos seus utilizadores. O que também se verifica é que, com o passar do tempo, os efeitos de novidade desaparecem (…).” (Lagarto, 2008) Além disso, os media não mostram grandes diferenças entre eles no que diz respeito às influências na aprendizagem.
Apesar destas conclusões, existem determinadas características de cada um dos meios que favorece a rapidez com que a aprendizagem é efectuada, ou seja, através de dois factores: o conteúdo e o estilo de aprendizagem.
Não existem conclusões sobre as teorias dos media fortes e fracos, porém os media electrónicos possuem vantagens económicas no ensino, pois tornam a aprendizagem não só mais barata, como mais rápida. Contudo, para isso é necessário que o meio esteja em “sintonia” com os modelos de ensino baseados em meios de comunicação multimédia. Ou seja, o formador deve conhecer a tecnologia, saber como ela funciona e saber se é adequada ao conteúdo abordado.
Em relação à comunicação, para que seja eficaz, o formador deverá ter em atenção que as mensagens deverão ser compreendidas pelos receptores, exactamente da mesma forma em que o emissor a compreendia no momento da sua formulação. Para que isso aconteça, é necessário que o comunicador esteja atento para compreender se o seu discurso está a ser aceite pelos restantes participantes. Para tal, deverá ter cuidado com: as condições materiais dos espaços; a sua preparação pessoal; a dimensão dos espaços; a iluminação; a amplificação sonora; a disponibilidade dos equipamentos de apoio e o conforto do local.
A fala é a forma mais vulgar de comunicação entre os humanos, por isso os formadores devem ter em atenção alguns aspectos para que a sua mensagem chegue de forma clara aos receptores. O seu discurso deve ser claro e ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Adicionalmente, o formador deve ter uma boa preparação prévia, utilizar frases curtas, ter uma linguagem simples, ser interactivo, estabelecer diálogos e ter uma postura de ajuda activa.
Em relação aos vários discursos dos media, na década de 70 Cloutier divulgou a existência de “um mosaico relacionado com três linguagens fundamentais a que chama de linguagem de base – o A (áudio), o V (visual) e o S (scripto).” (Lagarto, 2008)
Para Bates, os cinco media mais importantes em educação são a pessoa, o texto, o áudio, o vídeo e a informática. Já Rocha Trindade agrupou os discursos mediáticos em quatro grandes grupos, nomeadamente: o discurso scripto, áudio, vídeo e informo. Além destes, temos o discurso multimédia interactivo.
Irei abordar um pouco o discurso scripto e o discurso áudio, pois são os dois tipos de discurso que mais utilizo na minha sala de aula com crianças de dois e três anos.
O discurso scripto é o mais utilizado na transmissão do conhecimento e informação. É caracterizado pela disposição dos dados em superfície e por ter um carácter estático e permanente. Dois exemplos de linguagens do discurso scripto são o texto verbal e a fotografia, que eu costumo usar como forma de motivação para as crianças ao mostrar um livro de histórias.
O discurso áudio baseia-se “na percepção auditiva de estímulos externos e apresenta uma natureza fugaz ou permanente, conforme se trate de um discurso oral directo ou sob a forma de registos permanentes.” (Lagarto, 2008)
Dois exemplos de linguagens deste discurso são a música e os sinais sonoros, que as crianças adoram utilizar na sala de aula. Adoram aprender canções e identificar quais os sinais sonoros que estão a ouvir, por exemplo, o sinal sonoro da ambulância.
Para concluir, concordo com Guilhermina Miranda quando diz que “o uso efectivo da tecnologia nas escolas, nomeadamente nas salas de aula e no desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem, é ainda um privilégio de alguns docentes e alunos. As variáveis que parecem ter mais influência neste processo são múltiplas, como vimos, mas penso que uma sólida formação técnica e pedagógica dos professores bem como o seu empenhamento são determinantes. Será ainda preciso pensar as tecnologias não como “apêndices” das restantes actividades curriculares, um prémio que se dá aos alunos bem comportados ou um “tique” insólito de alguns docentes, mas como um domínio tão ou mais importante que os restantes que existem nas escolas. Só assim se conseguirá generalizar o uso das tecnologias no ensino.” (Miranda, 2007)

Discente: Fátima Lúcia Freitas Jasmins


Referências bibliográficas:

LAGARTO, J. (2008). Manual da disciplina de comunicação multimédia. Universidade Católica Portuguesa.

MIRANDA, G. (2007). Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo / Revista de Ciências da Educação. 3: 41-50.