De acordo com Richard Clarke existem
duas teorias de pensamento referentes aos impactos dos media nos processos de
aprendizagem, nomeadamente, a teoria dos media fortes (defende que cada media
tem uma contribuição específica para a aprendizagem) e a teoria dos media
fracos (defende que os media apenas têm influência sobre a economia da
aprendizagem – custos e rapidez).
A investigação baseia-se na análise de
várias questões que surgem sobre a motivação existente na utilização dos media
na educação.
“Cada
vez que um novo meio aparece, prevalece o efeito novidade e durante algum tempo
esse meio apresenta índices motivacionais melhores e, aparentemente, favorece
as aprendizagens dos seus utilizadores. O que também se verifica é que, com o
passar do tempo, os efeitos de novidade desaparecem (…).” (Lagarto, 2008)
Além disso, os media não mostram grandes diferenças entre eles no que diz
respeito às influências na aprendizagem.
Apesar destas conclusões, existem determinadas
características de cada um dos meios que favorece a rapidez com que a
aprendizagem é efectuada, ou seja, através de dois factores: o conteúdo e o
estilo de aprendizagem.
Não existem conclusões sobre as
teorias dos media fortes e fracos, porém os media electrónicos possuem vantagens
económicas no ensino, pois tornam a aprendizagem não só mais barata, como mais rápida.
Contudo, para isso é necessário que o meio esteja em “sintonia” com os modelos
de ensino baseados em meios de comunicação multimédia. Ou seja, o formador deve
conhecer a tecnologia, saber como ela funciona e saber se é adequada ao
conteúdo abordado.
Em relação à comunicação, para que seja
eficaz, o formador deverá ter em atenção que as mensagens deverão ser
compreendidas pelos receptores, exactamente da mesma forma em que o emissor a
compreendia no momento da sua formulação. Para que isso aconteça, é necessário
que o comunicador esteja atento para compreender se o seu discurso está a ser
aceite pelos restantes participantes. Para tal, deverá ter cuidado com: as
condições materiais dos espaços; a sua preparação pessoal; a dimensão dos
espaços; a iluminação; a amplificação sonora; a disponibilidade dos
equipamentos de apoio e o conforto do local.
A fala é a forma mais vulgar de comunicação
entre os humanos, por isso os formadores devem ter em atenção alguns aspectos
para que a sua mensagem chegue de forma clara aos receptores. O seu discurso
deve ser claro e ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Adicionalmente,
o formador deve ter uma boa preparação prévia, utilizar frases curtas, ter uma
linguagem simples, ser interactivo, estabelecer diálogos e ter uma postura de
ajuda activa.
Em relação aos vários discursos dos
media, na década de 70 Cloutier divulgou a existência de “um mosaico relacionado com três linguagens fundamentais a que chama de
linguagem de base – o A (áudio), o V (visual) e o S (scripto).” (Lagarto,
2008)
Para Bates, os cinco media mais
importantes em educação são a pessoa, o texto, o áudio, o vídeo e a
informática. Já Rocha Trindade agrupou os discursos mediáticos em quatro
grandes grupos, nomeadamente: o discurso scripto, áudio, vídeo e informo. Além
destes, temos o discurso multimédia interactivo.
Irei abordar um pouco o discurso
scripto e o discurso áudio, pois são os dois tipos de discurso que mais utilizo
na minha sala de aula com crianças de dois e três anos.
O discurso scripto é o mais utilizado
na transmissão do conhecimento e informação. É caracterizado pela disposição
dos dados em superfície e por ter um carácter estático e permanente. Dois
exemplos de linguagens do discurso scripto são o texto verbal e a fotografia,
que eu costumo usar como forma de motivação para as crianças ao mostrar um
livro de histórias.
O discurso áudio baseia-se “na percepção auditiva de estímulos externos
e apresenta uma natureza fugaz ou permanente, conforme se trate de um discurso
oral directo ou sob a forma de registos permanentes.” (Lagarto, 2008)
Dois exemplos de linguagens deste
discurso são a música e os sinais sonoros, que as crianças adoram utilizar na
sala de aula. Adoram aprender canções e identificar quais os sinais sonoros que
estão a ouvir, por exemplo, o sinal sonoro da ambulância.
Para concluir, concordo com
Guilhermina Miranda quando diz que “o uso efectivo
da tecnologia nas escolas, nomeadamente nas salas de aula e no desenvolvimento de ambientes
virtuais de aprendizagem, é ainda um privilégio de alguns docentes e alunos. As variáveis que parecem
ter mais influência neste processo são múltiplas,
como vimos, mas penso que uma sólida formação técnica e pedagógica dos professores bem como o seu
empenhamento são determinantes. Será ainda preciso pensar as tecnologias não como “apêndices”
das restantes actividades curriculares, um prémio que
se dá aos alunos bem comportados ou um “tique” insólito de alguns docentes, mas como um
domínio tão ou mais importante que os restantes que existem nas escolas. Só assim se conseguirá
generalizar o uso das tecnologias no ensino.” (Miranda, 2007)
Discente: Fátima Lúcia Freitas Jasmins
Referências bibliográficas:
LAGARTO, J. (2008). Manual da disciplina de comunicação
multimédia. Universidade Católica Portuguesa.
MIRANDA, G. (2007). Limites e
possibilidades das TIC na educação. Sísifo
/ Revista de Ciências da Educação. 3:
41-50.
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